Thursday, October 28, 2010

the dream of purple larvae

Estou conversando com minha mãe e por algum motivo, que não vem ao caso, apoio sua mão, com a palma virada para a cima, sobre a minha mão esquerda e vou em direção a ela com a direita, para segurá-la. Quando estou me aproximando, vejo cair em sua mão uma pequena larva, de cor púrpura, com um pouco mais meio centímetro de comprimento, sendo fina em uma ponta, alargada no meio e voltando a afinar na outra ponta. A larva perfura a pele e entra em sua mão.

Por instinto, já que minha mão estava acima da mão dela, olho para a minha para ver se veio de lá. E veio. Consigo ver quatro ou cinco larvinhas por baixo da pele da palma de minha mão. Não sinto nada além de uma leve coceira. Elas não fazem relevo em minha mão e estão nadando como em um aquário, como se debaixo de minha pele existisse um lençol fluvial. Saio correndo desesperado, em busca de ajuda.

Encontro o SENHOR C e explico rapidamente a situação, pedindo para que nos leve até um médico. Ele concorda em ajudar e vai atrás de seus documentos para nos levar. E troca de roupa. E passa desodorante. E ajeita o cabelo. Grito de forma a ficar rouco para ele se apressar.

Entramos em seu carro, um modelo que me parece um Corcel I, vermelho-alaranjado, muito lento. Ele dirige tranquilamente e meu constante pedido para aumentar a velocidade não parece surtir efeito.

Finalmente chegamos ao que deveria ser um hospital, mas parece uma mistura entre uma casa e um salão de festas. É Natal e várias pessoas estão reunidas, inclusive amigos. Vejo-os e eles me veem. Aceno com a cabeça para eles, mas parto direto para um corredor que desce para o andar inferior, puxando minha mãe pelos braços.

Em uma salinha se encontra a médica do local. Ela é familiar, a visitamos no mesmo local e na mesma época ano passado. Ela nos examina, diz com muita tranquilidade que estas larvas não trazem nenhum perigo neste instante e pede para nos acalmarmos. Por que ela teve que usar esta expressão, “neste instante”? Ainda assim, olho minha mão e existem agora dezenas delas.

Tento me acalmar, mas consigo apenas superficialmente. Estou horrorizado com pensamentos sobre o que esses bichos podem se tornar ou o que aconteceria se eles conseguissem ir para o resto do corpo.

A médica pede para nos sentarmos a uma mesa fora do consultório e começa a conversar de forma a nos tranquilizar, explicando que antes de poder fazer qualquer coisa, é preciso deixar que as larvas se satisfaçam, perguntando como estamos e como achamos que esses bichos possam ter entrado em mim. Com uma vontade imensa de arrebentar minha mão a tapas na parede em uma tentativa de matar os bichos, respondo:

– Normalmente, quando essas coisas acontecem comigo, se trata de um sonho.

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