Thursday, June 10, 2010

the dream of time warping

Pagamos a um rapaz cerca de 800 reais para que nos indicasse como encontrar Jack. Estamos seguindo-no, altamente receosos. Não é o rapaz que nos transmite esse medo. Ele nos passa a impressão daquele tipo de pessoa de mente vazia e que faz qualquer coisa por dinheiro. Ele tem aproximadamente 1,70m, cabelos claros, enrolados, compridos até a altura do ombro e é um pouco acima do peso. O medo que nos afeta é nosso objetivo. Raul é uma pessoa perigosa.

Dois colegas, o rapaz e eu andamos por um cenário aberto, grama verde, com construções típicas de zona rural, como moinhos e estábulos, bem distantes uns dos outros. O clima é agradável e se não fosse a delicada situação na qual nos encontramos, ali seria o paraíso.

O rapaz entra em um galpão conosco e nos enfurnamos entre barras de ferro, madeira e prateleiras vazias para chegar ao outro lado. Ele está à nossa frente e logo que se aproxima de alguns móveis altos, dirige a voz para alguém que ainda não conseguimos ver.

– Ele está aqui.

No momento que avistamos para quem ele nos levou, corremos. É Raul e era uma armadilha. Ele nos persegue com uma enorme faca na mão pelos campos e corre mais rápido do que conseguimos, encurtando a distância aos poucos. Faço um desvio em direção a uma casa, e logo que chegou perto do muro para fazer a curva, me viro blefo gritando e apontando para Raul.

– É ele, é ele!

Como não consegue ver o que ou quem está por trás da casa, Raul hesita por um momento, o que nos abre certa vantagem, mas logo percebe meu artifício, volta a nos seguir e fujimos novamente.

Na área aberta à frente, avistamos um grupo de três pessoas correndo em direção contrária à nossa. Ao aproximar um pouco, percebo que a moça do meio é Cybil, uma bela amiga de cabelos curtos e loiros, que trabalha para a polícia.

Berro seu nome em um pedido de ajuda e, assim que passa por nós, ela arremessa um objeto no chão que emana uma cortina fumaça espessa, despistando Raul de nós. As outras duas pessoas que estavam com ela mudam de direção e partem na fuga conosco.

Alcançamos uma construção com uma porta pesada e entramos. A porta é bastante grossa e de metal e, se conseguirmos mantê-la fechada, nada a atravessaria. Colocamos uma barra de ferro para segurar a maçaneta e nos afastamos.

Aliviados, descansamos um pouco. Ouvimos alguém bater na porta e ficamos curiosos. Vejo que na porta, por algum motivo, existe o nome de dois famosos diretores de cinema. Assumo que sejam eles. Um dos colegas abre a porta, bem devagar e vê pela fresta um homem sem camisa, com o cabelo espetado, de bermuda e óculos escuros, sentado junto à porta, que o ordena rapidamente a fechá-la, com um aceno de mão.

Damos conta que deixamos Cybil com Raul e voltamos novamente para a porta tentando ver o que aconteceu com ela. Ao abri-la inteira, conseguimos dessa vez ver o exterior de forma clara. É um cenário totalmente diferente. É o mesmo lugar de que viemos, mas nos parece agora um set de filmagem. Existem várias casas, lojas, bancos e árvores plantadas no lugar da paisagem vazia anterior. Há uma fonte no meio de uma praça e pessoas andam ao redor, com seus destinos. A porta está em um lugar alto, em cima de uma plataforma de metal e o homem sem camisa está sentado nela. Quando nos vê pela segunda vez, nos diz, com de forma arrogante:

– Parem de atrapalhar a filmagem!

Tudo aquilo é surreal. Como poderíamos saber que esta porta, pela qual entramos há poucos minutos, sairia de volta no mesmo lugar, mas em um tempo aparentemente diferente? Minha reação àquilo foi um riso breve e perplexo. O homem retruca com outra risada, - "ha" - mas com um tom sarcástico e empurra de volta a porta.

(grrrr)

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