Wednesday, May 19, 2010

the dream of revenge

Estou em uma casa de dois andares, com pouquíssimos movéis, amarrado a uma cadeira dentro de um quarto. As janelas estão fechadas e não possuem vidros. Existe uma outra cadeira à minha frente. Lohan chega senta-se nela. Meus olhos se voltam para seu braço sem uma das mãos.

Eu vou te matar, eu sei disso, você sabe disso, mas antes de qualquer coisa, eu quero deixar você sentir um pouco como me senti quando vocês fizeram isso comigo.

Me recordo de ter punido este rapaz, mas era diferente, ele era uma má pessoa. Percebo que se trata de uma vingança.

– Você se lembra do nome dessa aqui!? – diz ele mostrando a mão que lhe restou. Respondo:
Graham Bell?
Graham Bell era a outra! Heh, para vocês não passou de mais uma mão cortada...

Ele pede minha mão. Estou com medo mas ajo tranquilamente, seguindo sua ordem. Ele coloca minha mão sobre uma tábua e pede para Paul trazer a ferramenta. Paul compartilha dos mesmos traços alemães que Lohan: pele e olhos claros, cabelos loiros e olhares frios. No entanto, Paul é bem mais alto e tem o corpo definido.

Ele entrega o machado a Lohan e sai da sala. Logo em seguida, Lohan desfere um golpe que finca a arma entre meu polegar e o indicador, verticalmente, fazendo um corte de aproximadamente 5 cm. Ele prossegue com algum outro discurso moralista e acerta outro golpe, desta vez na horizontal de forma a arrancar toda a parte da minha mão que segura os quatro dedos, deixando apenas o polegar intato. Entretanto, o corte não atinge toda a extensão da minha mão e com isso ela continua presa ao corpo.

Não reajo, pareço não sentir dor. Estou conformado que minha vida acaba ali, mas essa morbidez não me parece uma forma de aceitação como no modelo de Kübler-Ross. Simplesmente, a experiência toda não me traz sentimento algum. Provavelmente eu faria a mesma coisa no lugar de Lohan. Talvez ele não merecesse a punição que recebeu o tanto quanto eu achava.

Ele sai do quarto por alguns instantes. Percebo uma movimentação de carros no exterior. Quando ele volta, um ponto vermelho surge na altura de seu peito e em cerca de um segundo o disparo de uma arma de fogo é efetuado, que o derruba beira à porta. Paul se dirige ao quarto para avergiuar. A partir deste momento me sinto aliviado. A mesma mira aparece nele, por um período maior, mas não disparam. Ele se aproxima da janela, olha pelas frestas, volta e sai da casa, com uma leve expressão de tristeza e desespero.

O time de resgate entra na casa e recolhe o corpo de Lohan. Algum tempo se passa, mas eu continuo ali. Me sinto extremamente confortável naquele quarto.

Espreito pela janela e vejo Paul se apoiando com as mãos no peitoril da janela de uma casa a frente, tentando olhar casa adentro. Ele abre a janela, vê Lohan rendido e parte pra cima de alguém. Isso faz o time de resgate realizar um disparo fatal que acerta o meio de sua testa. A polícia sai da casa com Lohan e o encaminha para a viatura.

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