Wednesday, January 11, 2012

the dream of plane crash

Planejávamos viajar e compramos passagem barata para uma cidade no interior.

Chegamos à área de embarque e nossa aeronave era um monomotor pequeno. Embarcamos e, ao dar as instruções de segurança, os comissários fazem questão demais que prestemos atenção e as entendamos, o que me deixou um pouco mais inquieto do que já estava. O assento era inclinado pra frente, e ficávamos com o peito apoiado e havia um apoio para segurar as mãos à frente.

O piloto era um senhor negro, já de cabelos brancos. Ele dá a partida na aeronave e rodeia algumas ruas pelo local, parando em frente a um bloqueio móvel, antes de uma curva. Bateu o rádio para que um vigilante gordo e distraído retirasse o bloqueio. Prossegue pelo caminho, onde eu esperava ver uma faixa extensa de asfalto, mas não identifico nada que lembrasse uma pista de decolagem.

– Cadê a pista? – indago.
– Eu faço a pista – retruca o piloto.

Ele acelera para alçar vôo por entre caminhos sinuosos e estreitos. O avião decola durante uma curva, o que fez propositalmente ou não, o avião girar em seu eixo. Fecho os olhos e agarro no meio apoio. Sinto que o resto do meu corpo se solta. As piruetas continuam por um tempo e finalmente o voo se estabiliza. Movo minha mão para frente a procurar apoio para me levantar do banco, mas a acerto numa hélice. Ainda estava com os olhos fechados e nem havia percebido.

– Voltem para dentro do avião – grita a comissária.
– Eu nem sabia que estava do lado de fora – replico.
– Nem eu - diz outra passageira na mesma situação.

O voo segue tranquilo por algum tempo, até que algo começa apitar no painel de controle.

– Tem algo errado... – diz o piloto.

No shit, Sherlock. Pouco depois, começamos a perder altitude, então o piloto faz o avião planar baixo por um campo gramado. Somos lançados para fora da aeronave; pingamos, rolamos, capotamos e escorregamos pela grama por alguns metros. Com todos bem, pergunto:

– E aí, a gente continua ou volta?

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